quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DUBAILAND




Sexta passada, Aleix Plademunt, um cara de 30 anos considerado um dos fotógrafos jóvens mais talentosos aqui na Espanha, apresentou seu trabalho na escola onde estudo (Grisart, Barcelona). Para o espanto de muita gente, por sua pouca idade, ele consegue viver dos seus projetos e viaja com eles pra todo canto do mundo. Todos os seus trabalhos até agora nasceram de uma inquietude: investigar a relação do homem e o espaço, seja urbano ou natural. Em suas fotografias, quase não aparecem pessoas, entretanto a presença humana é fortemente visível. As paisagens que ele registra trazem como protagonistas, marcas da intervenção do homem.
Ele diz que suas imagens não pretendem criticar, apenas sugerir. Ao ver seu projeto "Dubailand", (do qual pertencem as fotos postadas) fiquei completamente instigada. Já havia visto algumas imagens de Dubai e a idéia que tinha era a de uma cidade de que não pára se ser construída e preenchida por uma arquitetura ultra moderna. Mas essas imagens desmontaram completamente esse esquema. Fiquei imaginando que "Dubailand" pode ser uma maquete do que será o mundo, um grande parque de atrações, um universo artificialmente construído para realizar os desejos de uma sociedade entorpecida de prazeres.
Se também entrou nessa e quer seguir viagem, entra no site: http://www.aleixplademunt.com onde está este e outros projetos curiosos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

que vês? (o que tá rolando em classe)

O famoso teste de Rorschach leva o nome do seu criador: o psiquiatra suíço Hermann Rorschach. Pra quem nunca ouviu falar, mas com certeza, já fez ou viu um, o teste consiste em dar possíveis interpretações a pranchas com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas, é possível desenvolver um estudo psicológico, obviamente, da pessoa que vê e interpreta.
Como não entendo quase nada de psicologia, minha intenção aqui não é entrar nos significados que pode conter esta ou aquela interpretação. Prefiro ater-me ao imaginário que cada um pode construir a partir dessas imagens. E por isso, pergunto: que vês aqui? Prometo que não vou levar as respostas para análise.









E essas fotos? Se você se fez essa pergunta, respondo:
São de um projeto chamado Galicia Rorschach, de Alex, um colega de classe proveniente da Galícia, uma das províncias da Espanha de onde ele trouxe as imagens. Inspirado em Rorschach, ele criou essas imagens unindo reflexos duplicados simetricamente, assim como estão dispostas as manchas de tinta do tal teste. Eu fiquei super impressionada. Quanto mais olhava, mais figuras encontrava. Se gostou da brincadeira e quer ver mais, segue abaixo seu flickr, onde tem mais fotos como essas:
http://www.flickr.com/photos/cocos_de_fotos/sets/72157623251891686/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


A fotografia já nasceu com fama de ser dona da verdade. Mesmo que hoje em dia, essa teoria já tenha sido destruída por muitos pensadores, ainda tem gente que insiste em acreditar. Pra quem ainda tem alguma dúvida sobre isso, digo: não existe fotografia realista, o que existe é um ponto de vista por detrás de uma câmera querendo contar a visão de quem tá atrás dela. Uma câmera no momento de disparar jamais é inocente, nem quando tenta ser objetiva, pois atrás da objetividade, está a intencionalidade.
O que não podemos negar é a força que a fotografia tem por sua relação íntima com a "realidade". É por esse motivo que ela nos intriga tanto, nos impressiona. Quando vemos uma imagem que jamais poderíamos ver a olho nu, nossa reação geralmente é: que? ham? hum... nessas horas é melhor deixar a imaginação fluir que ficar buscando a trajetória técnica supostamente utilizada para conseguir tal resultado. Confesso que às vezes me irrita escutar essa pergunta: como conseguiu essa imagem? até entendo que isso é normal, eu também, muitas vezes, sou tomada por essa curiosidade e acabo fazendo a bendita pergunta. Só acho que devíamos estar mais atentos às mensagens inconscientes que uma imagem pode conter, emoções, sentimentos e todas essas coisas que a gente não explica, sente. E pra isso, tem que ultrapassar a racionalidade.
Mas já que somos todos curiosos por natureza, pra não deixar ninguém encucado com as imagens que estão postadas abaixo, segue também um video que mostra como trabalha o autor desses truques quase inacreditáveis, o fotógarafo francês George Rousse. O que ele faz é pintar partes separadas de espaços arquitetônicos e uní-los por um ponto de vista exato, formando uma imagem que é real e também é fictícia. Ver para crer. Numa das imagens, ele mesmo brinca com sua posição de mágico, pintando a palavra IRRÉEL (irreal).


fotografias de George Rousse







terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Elegância caseira

Será que enquanto o cavalo galopa, em algum momento ele tira as quatro patas do chão? Encarregado de esclarecer esta dúvida, o fotógrafo inglês Muybridge iniciou seus primeiros experimentos fotográficos para capturar imagens "congeladas" que o olho não é capaz de ver. A pergunta teve resposta: sim, o cavalo sai do chão com as quatro patas ao mesmo tempo quando galopa! Mas os estudos sobre o movimento viraram uma obsessão para Muybridge. Como produto dessa investigação, nasceu em 1879, o zoopraxiscópio, tataravô do stop motion, que projetava imagens em discos giratórios em sucessão rápida causando impressão de movimento.
Hoje, a tecnologia permite transformar quase toda imaginação em imagem, mas a elegância caseira de uma série de fotografias em sequência apresentadas em movimento é indiscutível (falo aqui do tataraneto stop motion). Hum, será que abusei da autoridade concluindo de forma unilateral? Pode ser coisa de apaixonados.
Pra deixar em aberto a discussão, posto o clip da música "Her morning elegance" dirigido pelo próprio cantor Oren Lavie e realizado em stop motion. É uma espécie de sonho confundido com realidade, uma poesia surreal feita de forma quase artesanal.

primeiros experimentos de Muybridge


video em stop motion das fotografias de Muybridge


clip em stop motion da música "Her morning elegance" de Orien Lavie

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PICTURE POSERS

Ein Gedi, Israel

Bentota, Sri Lanka

Sarajevo, Bosnia


Dinho é redator publicitário. No trabalho, traduz idéias em palavras e nos momentos de ócio, em fotografias. Como escrever é seu ofício, o texto abaixo é dele e conta um pouco como surgiu a idéia de colecionar imagens de gente fotografando gente.

"Tudo começou da seguinte frase "pra que tirar uma foto dessa catedral com a minha câmera tosca se eu posso comprar um cartão postal dela toda lindona?" Traduzindo: se é para registrar essa catedral com a minha câmera, que seja de um jeito divertido e fotograficamente despretencioso. Daí veio o nome: amateur pictures of people posing for amateur pictures. O bom desse nome é que desculpa a falta de técnica por parte do fotógrafo logo de cara, e abre a brincadeira pra qualquer tipo de lente - da Leica ao celular. 
Fato é que eu pisei em mais de 30 países nos últimos 4 anos, e aos poucos esse passa-tempo bobo de capturar os "posers"  virou um tick irreversível, e quando me dei conta tava com mais de 1,000 fotos no computador. Aí veio a pergunta: "e agora, José?" Como um bom internerd, José respondeu: "meu filho, faz um site sobre a parada e vê se coloca um botão de 'submit' pra que todo mundo consiga enviar posers". O site foi feito a 6 mãos: 2 de Ricardo Wolff, 2 de Gabriel Mattar e 2 de Michell Zappa. Já as fotos... essas tão estão chegando dos 4 cantos do planeta."

E será que ainda tem gente que pensa que fotografia é coisa só para fotógrafos?
Pra pensar na questão, entra no site: http://www.pictureposers.com/

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

onde está o Wally?

Já teve vontade de dar as costas ao mundo porque tudo ao seu redor parece não fazer sentido? Sentiu um desejo profundo de tornar-se invisível? Liu Bolin, um artista chinês, não só sentiu como se tornou. Como? Pintando seu corpo até camuflar-se em paisagens urbanos. Ele conta que depois de se graduar, não encontrou espaço para ele na sociedade chinesa e se sentiu desnecessário ao mundo. Desse sentimento de isolamento e também de protesto contra a perseguição aos artitas pelo governo chinês, surgiu uma arte silenciosa que por sua originalidade, tá fazendo barulho por aí. Ver suas fotos é como brincar de "onde está o Wally?







segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

LAMBE-LAMBE






Os arteiros responsávies por essas obras formam parte de um coletivo de arte de rua em Berlin chamado MENTALGASSI. O que eles fazem? Deixam mais divertida a rotina das pessoas que passam por estas fotografias expostas em formato "lambe lambe". Você sai de casa com o saco de lixo pra recliclar e quando chega no contenedor, dá de cara com uma careta gigante. Daí, entra no metrô e quando vai validar seu ticket, tem alguém esperando para comê-lo. Se essa moda pegar, ao invés de esperar o ônibus olhando pro relógio, a gente vai querer que ele demore um pouco mais pra poder ver a arte que tá rolando nas esquinas.
pra ver mais criações do MENTALGASSI: http://mentalgassi.blogspot.com/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

o que tá rolando em classe

Elena é minha colega de classe. Estamos no 2ºano de formação em Fotografia na Grisart, uma escola pequena especializada em fotografia, aqui em Barcelona . Para um trabalho da escola, resolveu recriar seu álbum de família inventando uma história de que ela é a única cachorra numa família de coelhos. Eu comprei a idéia e me diverti com as fotos. Se querem ver mais: http://www.flickr.com/photos/perra_s/

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ugly Studio


3 paulistanos, lindos e loucos, juntaram a vontade de trabalhar com a idéia de botar suas personalidades no mercado. o resultado foi esse estúdio que atrae gente que não é famosa nem modelo, mas quer posar pra câmera como lhes der na telha. Quer ver?
http://www.uglystudio.com/uglysite/